2/1/2011
No discurso, Dilma elogiou o seu antecessor a quem chamou de "o maior líder popular que este País já teve"
Brasília Dilma Vana Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), a primeira mulher presidente da República, tomou posse às 14h50 (horário de Brasília) de ontem para o período de primeiro de janeiro 2011 a 31 de dezembro de 2014, em cerimônia dirigida pelo presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP).
A forte chuva em Brasília impediu o desfile em carro aberto que a presidente faria da catedral até o Congresso, mas cessou no momento em que ela subiu a rampa para receber a faixa presidencial das mãos de Lula. O público que foi à Esplanada dos Ministérios era estimado em 30 mil pessoas pela Polícia Militar.
Várias vezes durante a cerimônia os convidados que lotaram o plenário da Câmara aplaudiram de pé a presidente recém empossada e entoaram o hino da primeira eleição disputada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a estrofe "olê, olê, olá. Dilma, Dilma!".
Em seu primeiro discurso, a presidente Dilma Rousseff começou por fazer duas homenagens: às mulheres brasileiras e ao seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Venho para abrir portas para que, no futuro, muitas outras mulheres possam ser presidentas e para que todas as brasileiras sintam orgulho de ser mulher", disse Dilma, ao reafirmar seu compromisso de "honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos".
Faixa
No discurso que fez ao povo reunido na Praça dos Três Poderes, após receber a faixa do agora ex-presidente da República de Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente focou em elogiar o seu antecessor a quem chamou de "o maior líder popular que este País já teve".
Ela disse que o presidente Lula deverá contribuindo com o governo, mesmo após deixar o cargo. "Lula estará conosco. Sei que a distancia de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade", afirmou.
"Ter a honra de seu apoio, privilegio de sua convivência, aprendido com sua imensa sabedoria são coisas que se guarda para a vida toda", destacou.
Ela disse estar feliz "como raras vezes estive" - e fez uma homenagem aos "companheiros que tombaram na caminhada", referindo-se à resistência política durante o período da ditadura militar (1964-1985), quando foi presa e torturada.
No parlatório do Palácio do Planalto, ela repetiu pontos do discurso feito no Congresso Nacional e disse que irá governar "para todos os brasileiros". "Cuidarei com muito carinho dos mais frágeis".
Dilma também lembrou o ex-vice-presidente José Alencar, que não pôde comparecer à posse. Ele faz tratamento contra um câncer e está hospitalizado em São Paulo, "A força dessa transformação (conduzida por Lula e José Alencar) permitiu que o povo brasileiro tivesse uma nova ousadia: colocar pela primeira vez uma mulher na presidência do Brasil", afirmou. Emocionada, Dilma finalizou sua fala, dizendo que o Brasil tem condições de se tornar o "maior e o melhor país para se viver".
Hoje, Dilma comanda a primeira reunião de coordenação de governo. Os ministros tomam posse ontem. A primeira preocupação da presidente é definir o corte nas despesas do Orçamento, estimado em estudos preliminares em pelo menos R$ 20 bilhões.
Despedida de Lula
Após passar a faixa para Dilma, Lula saiu do parlatório. Depois do discurso, a presidente e o vice acompanharam o ex-presidente na descida da rampa do Planalto.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quebrou o protocolo na sua despedida do Palácio do Planalto. Depois de descer a rampa com a presidenta da República, Dilma Rousseff, o vice, Michel Temer, e a mulher Mariza Letícia, Lula foi abraçar as pessoas na Praça dos Três Poderes. O presidente também cumprimentou vários dos seus ex-ministros
O ex-presidente ficou vários minutos no meio do povo provocando uma grande agitação na segurança. Em seguida, entrou no carro e se dirigiu para a Base Aérea de Brasília, onde foi recebido por um grupo de pessoas que um aplaudiu e gritou o seu nome.
Antes de embarcar no Aerolula para São Paulo, o ex-presidente ainda ouviu uma banda tocar, entre outros, o "Tema da Vitória" e o hino do Corinthians, clube do qual é torcedor assumido.
PRESTÍGIO
Chefes de Estado cumprimentam a presidente
Ao receber os cumprimentos das autoridades estrangeiras, no Palácio do Planalto, depois do discurso no parlatório, a presidenta Dilma Rousseff levou mais tempo conversando com alguns líderes políticos. Elas também os abraçou e posou para fotografias. Foram os casos da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, do Paraguai, Fernando Lugo, e do Uruguai, José Mujica.
Com Hillary, Dilma alternou a conversa em inglês e em português. O tradutor se manteve ao lado das duas para dar suporte. Ambas sorriram e, segundo assessores, há a possibilidade de uma reunião bilateral amanhã (2), no Planalto.
A conversa com Chávez foi mais demorada. O presidente venezuelano foi um dos primeiros líderes estrangeiros a elogiar publicamente a candidatura de Dilma à Presidência da República. Ao chegar a Brasília, Chávez voltou a elogiar Dilma e a reiterar que a tendência, na gestão da presidenta, é a intensificação da política regional.
Dilma conversou demoradamente com Mujica e a mulher dele, a senadora Lucía Topolansky. Como a presidenta, o casal uruguaio tem um passado de luta armada contra a ditadura militar. O cumprimento de Mujica e da primeira-dama uruguaia a Dilma gerou comentários entre eles que os levaram a um sorriso.
Ao abraçar o paraguaio Lugo, Dilma também se demorou. O presidente do Paraguai se recupera de um câncer e ainda apresenta sinais dos efeitos das sessões de quimioterapia - está careca e aparentemente pálido.
O Itamaraty informou que estiveram presentes representantes de 132 países nas cerimônias de posse de Dilma. Mas foram, no total, aproximadamente 80 autoridades entre presidentes, primeiros-ministros, chanceleres e também o príncipe Felipe da Espanha.
Repercussão internacional
Os principais jornais estrangeiros destacaram em suas primeiras páginas onlines a posse da presidente Dilma Rousseff. Os veículos ressaltaram o fato de ser a primeira mulher eleita presidente e também o fato de ser a sucessora e a escolhida por Lula, que deixa a presidência com popularidade recorde.
O norte-americano "The Wall Street Journal" trouxe a notícia no alto de sua página, ressaltando que Dilma tem a responsabilidade de continuar o legado de seu antecessor.
O jornal mencionou o discurso da petista no Congresso e informou que ela reforçou os progressos ocorridos durante o mandato de Lula, principalmente na luta pela erradicação da pobreza, mas que ainda há o que fazer a respeito.
O argentino "Clarin" também trouxe, no alto de sua homepage, imagens e a notícia da posse, apontando que é a primeira mulher presidente e que substituirá Lula, que deixa o cargo com 87% de aprovação. O jornal ressaltou que Lula sai "após oito anos de gestão e com a uma popularidade sem precedentes", citou.
O francês "Le Monde" também destacou a informação em suas páginas online, com fotos de arquivo. "Escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para lhe suceder, ´Dilma´, como é chamada no Brasil, é promessa de garantir a ´continuidade´ política, diplomática, econômica e social do atual governo", informou o jornal.
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
FOTO: BRUNO DOMINGOS/REUTERS
No discurso, Dilma elogiou o seu antecessor a quem chamou de "o maior líder popular que este País já teve"
Brasília Dilma Vana Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), a primeira mulher presidente da República, tomou posse às 14h50 (horário de Brasília) de ontem para o período de primeiro de janeiro 2011 a 31 de dezembro de 2014, em cerimônia dirigida pelo presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP).
A forte chuva em Brasília impediu o desfile em carro aberto que a presidente faria da catedral até o Congresso, mas cessou no momento em que ela subiu a rampa para receber a faixa presidencial das mãos de Lula. O público que foi à Esplanada dos Ministérios era estimado em 30 mil pessoas pela Polícia Militar.
Várias vezes durante a cerimônia os convidados que lotaram o plenário da Câmara aplaudiram de pé a presidente recém empossada e entoaram o hino da primeira eleição disputada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a estrofe "olê, olê, olá. Dilma, Dilma!".
Em seu primeiro discurso, a presidente Dilma Rousseff começou por fazer duas homenagens: às mulheres brasileiras e ao seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Venho para abrir portas para que, no futuro, muitas outras mulheres possam ser presidentas e para que todas as brasileiras sintam orgulho de ser mulher", disse Dilma, ao reafirmar seu compromisso de "honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos".
Faixa
No discurso que fez ao povo reunido na Praça dos Três Poderes, após receber a faixa do agora ex-presidente da República de Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente focou em elogiar o seu antecessor a quem chamou de "o maior líder popular que este País já teve".
Ela disse que o presidente Lula deverá contribuindo com o governo, mesmo após deixar o cargo. "Lula estará conosco. Sei que a distancia de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade", afirmou.
"Ter a honra de seu apoio, privilegio de sua convivência, aprendido com sua imensa sabedoria são coisas que se guarda para a vida toda", destacou.
Ela disse estar feliz "como raras vezes estive" - e fez uma homenagem aos "companheiros que tombaram na caminhada", referindo-se à resistência política durante o período da ditadura militar (1964-1985), quando foi presa e torturada.
No parlatório do Palácio do Planalto, ela repetiu pontos do discurso feito no Congresso Nacional e disse que irá governar "para todos os brasileiros". "Cuidarei com muito carinho dos mais frágeis".
Dilma também lembrou o ex-vice-presidente José Alencar, que não pôde comparecer à posse. Ele faz tratamento contra um câncer e está hospitalizado em São Paulo, "A força dessa transformação (conduzida por Lula e José Alencar) permitiu que o povo brasileiro tivesse uma nova ousadia: colocar pela primeira vez uma mulher na presidência do Brasil", afirmou. Emocionada, Dilma finalizou sua fala, dizendo que o Brasil tem condições de se tornar o "maior e o melhor país para se viver".
Hoje, Dilma comanda a primeira reunião de coordenação de governo. Os ministros tomam posse ontem. A primeira preocupação da presidente é definir o corte nas despesas do Orçamento, estimado em estudos preliminares em pelo menos R$ 20 bilhões.
Despedida de Lula
Após passar a faixa para Dilma, Lula saiu do parlatório. Depois do discurso, a presidente e o vice acompanharam o ex-presidente na descida da rampa do Planalto.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quebrou o protocolo na sua despedida do Palácio do Planalto. Depois de descer a rampa com a presidenta da República, Dilma Rousseff, o vice, Michel Temer, e a mulher Mariza Letícia, Lula foi abraçar as pessoas na Praça dos Três Poderes. O presidente também cumprimentou vários dos seus ex-ministros
O ex-presidente ficou vários minutos no meio do povo provocando uma grande agitação na segurança. Em seguida, entrou no carro e se dirigiu para a Base Aérea de Brasília, onde foi recebido por um grupo de pessoas que um aplaudiu e gritou o seu nome.
Antes de embarcar no Aerolula para São Paulo, o ex-presidente ainda ouviu uma banda tocar, entre outros, o "Tema da Vitória" e o hino do Corinthians, clube do qual é torcedor assumido.
PRESTÍGIO
Chefes de Estado cumprimentam a presidente
Ao receber os cumprimentos das autoridades estrangeiras, no Palácio do Planalto, depois do discurso no parlatório, a presidenta Dilma Rousseff levou mais tempo conversando com alguns líderes políticos. Elas também os abraçou e posou para fotografias. Foram os casos da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, do Paraguai, Fernando Lugo, e do Uruguai, José Mujica.
Com Hillary, Dilma alternou a conversa em inglês e em português. O tradutor se manteve ao lado das duas para dar suporte. Ambas sorriram e, segundo assessores, há a possibilidade de uma reunião bilateral amanhã (2), no Planalto.
A conversa com Chávez foi mais demorada. O presidente venezuelano foi um dos primeiros líderes estrangeiros a elogiar publicamente a candidatura de Dilma à Presidência da República. Ao chegar a Brasília, Chávez voltou a elogiar Dilma e a reiterar que a tendência, na gestão da presidenta, é a intensificação da política regional.
Dilma conversou demoradamente com Mujica e a mulher dele, a senadora Lucía Topolansky. Como a presidenta, o casal uruguaio tem um passado de luta armada contra a ditadura militar. O cumprimento de Mujica e da primeira-dama uruguaia a Dilma gerou comentários entre eles que os levaram a um sorriso.
Ao abraçar o paraguaio Lugo, Dilma também se demorou. O presidente do Paraguai se recupera de um câncer e ainda apresenta sinais dos efeitos das sessões de quimioterapia - está careca e aparentemente pálido.
O Itamaraty informou que estiveram presentes representantes de 132 países nas cerimônias de posse de Dilma. Mas foram, no total, aproximadamente 80 autoridades entre presidentes, primeiros-ministros, chanceleres e também o príncipe Felipe da Espanha.
Repercussão internacional
Os principais jornais estrangeiros destacaram em suas primeiras páginas onlines a posse da presidente Dilma Rousseff. Os veículos ressaltaram o fato de ser a primeira mulher eleita presidente e também o fato de ser a sucessora e a escolhida por Lula, que deixa a presidência com popularidade recorde.
O norte-americano "The Wall Street Journal" trouxe a notícia no alto de sua página, ressaltando que Dilma tem a responsabilidade de continuar o legado de seu antecessor.
O jornal mencionou o discurso da petista no Congresso e informou que ela reforçou os progressos ocorridos durante o mandato de Lula, principalmente na luta pela erradicação da pobreza, mas que ainda há o que fazer a respeito.
O argentino "Clarin" também trouxe, no alto de sua homepage, imagens e a notícia da posse, apontando que é a primeira mulher presidente e que substituirá Lula, que deixa o cargo com 87% de aprovação. O jornal ressaltou que Lula sai "após oito anos de gestão e com a uma popularidade sem precedentes", citou.
O francês "Le Monde" também destacou a informação em suas páginas online, com fotos de arquivo. "Escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para lhe suceder, ´Dilma´, como é chamada no Brasil, é promessa de garantir a ´continuidade´ política, diplomática, econômica e social do atual governo", informou o jornal.
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
FOTO: BRUNO DOMINGOS/REUTERS


domingo, janeiro 02, 2011
Redação do IN

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